domingo, 18 de setembro de 2011

INALÁVEL

A fumaça que sai dentre os meus dedos, e entrelaça em cada rastro de minha vida contam cada detalhe do que o espetáculo cumpriu: 'Ja assisti romances piores'. Meu coração ja teve alta do hospital há um certo tempo, e aqui está as cicatrizes de cada caminho errado que tomei. Cada ferida só entortavam cada vez mais o caminho, mais dessa vez o romance é sóbrio e só existem dois passos, os meus.

E no entanto, se engana quem pensa que passos livres, fujam de qualquer frustração. Pelo contrário, eles vão nos entrelaçando em antigas sensações, antigos prazeres que ja eram tão rotineiros que acabamos esquecendo o quanto nos servia para sentirmos vivos. E quando vamos tentar fugir, ja estamos presos em um outro nó. Mais poxa, novamente ? normal, nosso coração suplica por amor.

De alguma forma somos apenas um rastro de razão, dentro de um imenso corpo que necessita de prazer. Ouso afirmar, que sempre, mesmo que imperceptivel, estamos sempre procurando por outro romance.
É instinto humano, dividir sensações, dividir momentos, se completar em outro alguém. Afinal, cada momento é mais prazeroso do que o anterior, e nos fazem bem. O único momento que sentimos o peso da dor, é quando o livro acaba e temos que começar outra história.

O último beijo, a última folha desta história parece pesar toneladas de dor, e muitas vezes precisamos terminar o livro a QUALQUER custo, e outras mãos podem nos ajudar. Uma vez novamente dentro de outra história, a dor se dissolve no ar junto de toda a fumaça de meu pulmão. Voltemos a respirar e viver.
Saimos dessa história, confusos, sem um centavo no bolso, e totalmente perdidos, apenas pensando..'como fui me deixar chegar à tal ponto ?'.

Mas e se conseguissimos jogar todos os livros fóra, e apenas viver com a folha de hoje em nossas mãos ?. É tão natural nos momentos de carência a gente se apegar ao passado e tentar construir uma réplica dele, pensando estar andando para frente, muito pelo contrário. Se tivessemos realmente sido plenamente felizes, o passado jamais teria mudado. Então, a gente para, pensa e muda. Mais o problema está na forma que mudamos, mudamos sentindo muito medo. Engatinhamos, para não termos que andar e voltar a tropeçar, esquecendo que seria ótimo sair correndo perder o horizonte, sem rumo algum.

Essa fumaça é inalável, não consigo, não quero, não aguento, não tenho.

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